31 de março de 2011

Música da Semana - Times Like These

 Álbum One by One (c) 2002 RCA
Chega a sexta-feira. Hora de renovar o espírito, se preparar para o fim de semana, de esquecer o stress e a correria. Por que você não aproveita e recicla tudo o que anda te incomodando??

Faz uma forcinha, manda pro alto a energia negativa, olhe pro espelho e se ache bonita/bonito, confie mais em você, pois tu sabes que és muito mais do que tu pensas.

Não se condene pelas tuas dúvidas. Elas existem para que o dia de amanhã tenha sentido. Sem objetivos e sem ideais, não se chega a nada. Mas não cutuque os velhos problemas. Em lixo deixado há muito tempo exposto, quanto mais se mexe, mais o cheiro fica ruim. Renove-se e faça sua vida nova. E confie sempre em você.

Gostei desse som do Foo Fighters por causa disso. Fala justamente sobre a necessidade de aprender a viver de novo, a curtir todos os momentos. É assim que tem que ser. É assim que desejo que sua sexta seja, maravilhosa. Curta a música, numa versão acústica gostosa, e faça do seu fim de semana o melhor da sua vida!

Um abraço do Rodrigo Rochadel


Foo Fighters - Times Like These
(Dave Grohl / Taylor Hawkins / Nate Mendel / Chris Shiflett)

O Engano dos Sentidos


Segundo o dicionário Michaelis, “ilusão” vem do latim illusione (parece italiano, mas é latim) e significa, entre outros: 1. Engano dos sentidos ou da inteligência. 2. Errada interpretação de um fato ou de uma sensação.

Nos pegamos em ilusões todas as horas, todos os dias. Talvez seja a sensação mais perigosa do homem e da mulher. Ilusões corroem a alma mais do que o orgulho que temos de pensar que não nos iludimos. Procuramos as ilusões sobretudo porque temos medo de encarar a realidade. É difícil aceitar que nem tudo é do jeito que sonhamos, idealizamos, queremos. Difícil aceitar que nos enganamos. Sim, somos todos egoístas, e o engano nunca está na nossa lista de possibilidades.

Estranho, porque quando nos damos conta, choramos, ou sofremos, até nos desesperamos. Entramos em parafuso. Do que isso adianta? Agimos muitas vezes como se fosse bom sofrer. Sim, é necessário, mas tudo a seu tempo. Erguer a cabeça, se encher de amor próprio e seguir em frente é fundamental.

Não, não se faça vítima das ilusões. Não acredite nessas mentiras que percorrem a cabeça. A ilusão é isso, uma mentira. E uma mentira que bate na nossa cara, nos fere, mas nos faz aprender. Ao mesmo tempo que nos mantém vivos, porque gera expectativas (falsas em sua ampla maioria), ela nos frustra. Difícil convivência. Difícil, mas necessária. Só assim, aprenderemos a viver nossas verdades, sem medo das ilusões quebradas, dos sonhos dos quais acordamos e de deixar o que passou pra trás.


Não Olhe Pra Trás - Capital Inicial
(Alvin L. / Dinho Ouro Preto)
(c) 2007 Sony Music do Brasil

24 de março de 2011

Música da Semana - Will You Be There?

(Michael Jackson - Dangerous - Epic - (c) 1991)
Viajando sozinho para Chapecó, ouvindo o rádio me lembrei dessa música, que faz parte de mais um dos discos que ouvi muito quando era guri pequeno e até hoje escuto e está na minha coleção de vinis. Michael Jackson, gostando ou não, é legitimamente conhecido como "O Rei do Pop" e, mesmo levando uma vida bem diferente do que estamos acostumados a assistir por aí, tinha composições maravilhosas.

Uma de suas composições mais aclamadas e que, particularmente, está entre as três preferidas minhas, é a música dessa semana. Famosa por ser o tema do Free Willy, é uma música que fala do poder da amizade, que é a experiência mais impressionante que tenho sentido nestes últimos meses.

Estou com preguiça de colocar a letra aqui, até porque é bem extensa. Por isso, mando o vídeo abaixo, legendado, pra curtirmos também a música.

Bom final de semana a todos.


Michael Jackson - Will You Be There?
(Michael Jackson)

22 de março de 2011

A Régua

O tom de voz muda. A preocupação aumenta. De repente há a percepção que a voz mudou de tanta preocupação. E não só a voz, lá se vão a pressão arterial, o sorriso que estava no rosto há cinco minutos, a vontade de curtir um sábado à noite, tudo se vai. O que causou esta preocupação? Uma lembrança!

Ah, mas por que uma lembrança ia causar tanto mal-estar, a ponto de desaparecer toda essa vontade de viver a vida? Culpa da mania e da dificuldade que eu, você que está aí lendo e todo mundo tem de superar algumas coisas e dar um novo começo. Tem hora que a melhor coisa a fazer é passar uma régua na vida. Lembra na escola que pra terminar um assunto e começar outro a gente fazia uma linha com uma régua? Então, quando a gente se desvincula de coisas importantes da nossa vida, mas que (in)felizmente passaram, temos quefazer um risco e determinar: minha vida será do risco pra cima e do risco pra baixo, que é a parte do papel, quando nós passamos uma régua, que está em branco.

Perceba, não estou falando aqui de apagar as lembranças. Elas estão lá, acima da régua. Mas o assunto já é outro, o tema da vida já é outro. O assunto que passou já não importa mais, apesar de estar ali o tempo todo, pra quando quisermos lembrar alguma coisa de importante. Agora, não me venha dizer que é importante lembrarmos de coisas que nos machucam. Num caderno de escola, nós nunca voltaríamos depois de um tempo para verificar aquela advertência que a supervisora nos deu lá atrás... Assim tem que ser nessas horas. Não volte pra lembrar o que te incomoda, apenas o que te faz bem.

Já diz aquela mensagem que foi traduzida pelo Pedro Bial que preocupação é tão eficaz quanto mascar chiclete pra tentar resolver uma equação. Você acha que aquilo vai te ajudar a resolver, mas não vai. Tem que resolver alguma coisa? Lute e resolva. Está resolvido? Esquece, não fica procurando motivo pra voltar. Isso, pra não dizer que é imbecilidade, é perda de tempo. Passe a régua.

Experimente a sensação do recomeço. A sensação de meditar e esquecer, e começar de novo, e de novo, e de novo, até acertar. A busca da felicidade plena é incessante. A busca por viver a vida com intensidade não deve nem existir. Devemos ser intensos sempre.

É difícil, eu mesmo escrevendo aqui não faço isso muitas vezes. Mas já percebeu o que ficar lembrando de coisas já resolvidas e que você quer resolver de novo, só pra ter o prazer (??) de ver o problema sendo novamente debatido, como se ainda tivesse assunto, traz pra ti? Os resultados são os piores possíveis. Brigas, ciúmes, inveja, rancor, muito rancor, e aquela situação chata de um não olhar pra cara do outro, não querer encarar a vida, evitar certos lugares, não traz nada de bom.

Veja os problemas superados como aprendizado, mas não como fonte permanente para aprender algo. Passe a régua. Siga em frente. Recomece. Tente outra vez.

Maria Rita - Não Vale a Pena
(Jean Garfunkel / Paulo Garfunkel)
(c) 2003 Warner Music do Brasil

18 de março de 2011

Música da Semana - Tendo a Lua


Eu tenho este vinil. Trata-se da trilha da novela Vamp. Acabei com o disco de tanto ouvir!! (Mentira, tá bem conservado, aqui na minha coleção).  Tem uma música nessa trilha, que é toda bem elaborada, chamada "Tendo a Lua", gravada pelos Paralamas do Sucesso, isso há uns 20 anos atrás. Uma canção bacana, bonita... Mostra como as coisas são simples quando a gente pensa um pouco mais... Enfim, animada, deixo para nosso final de semana.

No vídeo versão irada dos Paralamas cantando a música com o Nando Reis, em um show de 2003. A letra, como de costume, segue abaixo.


Tendo A Lua

(Herbert Vianna/ Tet Tillett)



Eu hoje joguei tanta coisa fora
Eu vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias gente que foi embora.
A casa fica bem melhor assim

O céu de ícaro tem mais poesia que o de galileu
E lendo teus bilhetes, eu penso no que fiz
Querendo ver o mais distante e sem saber voar
Desprezando as asas que você me deu

Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu.

Eu hoje joguei tanta coisa fora
E lendo teus bilhetes, eu penso no que fiz
Cartas e fotografias gente que foi embora.
A casa fica bem melhor assim

Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu.

Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu.



14 de março de 2011

Sobre Aquela Infância

Quem nunca lembrou de algum momento lá da época em que éramos um “toco de gente” e pensou: “nossa, eu era feliz e não sabia!!” Acontece com todo mundo, afinal, a fase mais gostosa da vida é a nossa infância. Ficam tantas lembranças daquela época em que tudo era tão inocente, que a maior preocupação era pequena perto das de hoje. Ir pra escola, ver os amigos, brincar e ter aquela proximidade gostosa... E mesmo assim, na pressa que move este animal que é o ser humano, queríamos crescer rápidos. “Ah, quando eu for adulto, vai ser tudo melhor”. E foi assim?

Crescemos, as preocupações chegaram. Ir pra escola e estudar equação de primeiro grau (x é igual a quanto, professora?) já não era o principal problema. Trabalho, compromissos, correria, amores frustrados, tudo vem junto. E esquecemos, muitas vezes, como é bom brincar, viver a vida como se o tempo não fosse passar, ver que tudo pode ser melhor com um sorriso no rosto. Começamos a enxergar defeito em tudo. Logo a gente que brigava com o amiguinho e depois de dez minutos já estava jogando bola com ele de novo, que ouvia Mamonas Assassinas e cantava aquelas letras como se fossem as letras mais inocentes do mundo, que não víamos maldade em nada.

Crescemos e as mágoas duram mais. Aliás, parece que procuramos as mágoas, por não saber entender que não foi só a gente que cresceu. As distâncias aumentam, o tempo para nós mesmos diminui, ver aquela pessoa querida não é mais tão frequente, e não nos damos a consciência de que a amizade não diminui por causa disso. Nossa pureza, que a gente tinha na infância, acabou, é natural. Mas por que se acaba também a nossa capacidade de ver primeiro o lado fácil das coisas, para depois descobrir (quando acontece) o que pode nos magoar? E o perdão para aqueles que temos carinho, mas que nos fazem uma ou outra coisa que nos deixa chateado, não encontramos?

Quero voltar para aquele tempo feliz, que o amor era algo natural, que perdoar era rotina, em que tudo, ao fim de tudo, era uma grande brincadeira. Vamos voltar? Brincar e gargalhar todo dia e viver querendo ser feliz sempre!

11 de março de 2011

Música da Semana - Do You Remember?


Noite de quinta, e vai ser assim sempre, quinta ou sexta uma música pra encerrar a semana. Vou tentar colocar aqui músicas que marcaram a minha vida desde a infância, daquelas que ouvia nos discos de vinil da família, ou músicas que marcaram momentos de uma forma ou de outra.

A primeira música do blog é de um disco que ouvi muito: Serious Hits... Live, do genial cantor britânico Phil Collins, que anunciou essa semana que não voltará mais aos palcos. Este disco, até hoje, é o mais vendido de um artista internacional no Brasil (750 mil cópias) e rodou muito aqui em casa.

Ahh.. a música! Fala de algo que acho impressionante.  como, pra acordar o nosso coração, precisamos que ele seja machucado. E muitas vezes é tarde demais. Assim, pessoas maravilhosas passam pelas nossas vidas e não voltam, tudo por falta de atitude.

A música, a tradução, e o vídeo pra você ouvir enquanto aprecia a letra.

Do You Remember?
(Phil Collins)

We never talked about it but I hear the blame was mine
Nós nunca falamos sobre isso, mas ouço que a culpa foi minha
I'd call you up to say I'm sorry,
Eu ligaria para pedir desculpas,
But I wouldn't want to waste your time
Mas eu não queria desperdiçar seu tempo
'Cause I love you, but I can't take anymore
Porque eu te amo, mas não consigo suportar mais
There's a look I can't describe in your eyes
Tem um olhar que eu não consigo descrever em seus olhos
If we could try like we tried before
Se nós tentássemos, como tentamos antes,
Would you keep on telling me those lies?
Você continuaria a me dizer aquelas mentiras?
Do you remember?
Você se lembra?

There seemed no way to make up,
Parecia que não tinha jeito de fazer as pazes,
'Cause it seemed your mind was set
Porque parecia que você tinha tomado sua decisão
And the way you looked it told me,
E o jeito que você me olhou me disse,
It's a look I know I'll never forget
É um olhar que eu sei que jamais esquecerei
You could've come over to my side,
Você poderia ter vindo pro meu lado,
You could've let me know
Você poderia ter me deixado saber
You could've tried to see the distance between us
Você poderia ter tentado ver a distância entre nós
But it seemed to far for you to go
Mas parecia longe demais para você percorrer
Do you remember?
Você se lembra?
  
Through all of my life,
Durante toda a minha vida,
In spite of all the pain
A despeito de toda a dor
You know that people are funny sometimes,
Você sabe que as pessoas são estranhas as vezes,
'Cause they just can't wait to get hurt again,
Porque elas apenas não esperam se machucar de novo,
Tell me do you remember?
Me diga, você se lembra?
There are things we won't recall,
Existem coisas que não vamos recordar,
And feelings we'll never find
E sentimentos que nós nunca acharemos
It's taken so long to see it,
Está demorando tanto para ver isso,
'Cause we never seemed to have the time
Porque nós nunca pareciamos ter tempo
There was always something more important to do,
Havia sempre alguma coisa mais importante para fazer,
More important to say
Mais importante para dizer
But "I love you" wasn't one of those things,
Mas "eu te amo" não era uma dessas coisas,
And now it's too late
E agora é tarde demais
Do you remember?
Você se lembra?


8 de março de 2011

Sobre Coisas Simples

Recomeçar a caminhar em estradas onde há muito tempo você não percorria, virar a página de velhas comodidades para viver novos horizontes, encontrar nas coisas simples da vida motivos para recordações interessantes não são coisas que acontecem com tanta facilidade. Mas é nesses momentos que aprendemos a olhar tudo o que nos acontece com outros olhos.

Constantemente somos desafiados com transformações que, bem-vindas ou não, nos permitem acordar para uma realidade que nunca pensamos. Os nossos sonhos muitas vezes acontecem na nossa frente, e não percebemos. Afinal, sempre se pensa grande demais, se imaginam coisas mirabolantes, como se a vida devesse ser uma história de amor daquelas que só se encontram em livros e nos filmes mais fantasiosos, ou um apanhado de surpresas e coisas grandiosas.

Qual seria a graça se fosse assim?

É extremamente interessante como, nesses momentos de mudança de vida, as coisas simples ganham valor.  Um simples abraço ganha uma proporção infinita. Ir à casa de um amigo seu pra jogar conversa fora nunca foi tão importante. Aquela conversa na rede da varanda depois do almoço pra conversar sobre qualquer coisa se transforma num momento surreal, a lembrança da pessoa amiga quando toca aquela música boba que vocês gostam vira nostalgia, saudade. Estar com a família numa segunda-feira à noite, na frente da TV, compartilhando de uma barra de chocolate e rindo do que aconteceu durante o dia vira um momento único. E, quando estamos na correria, ou mesmo com a vida em ordem, com o coração aparentemente ajeitado, não percebemos o quanto este tipo de momento é importante. Acordar e ver o sol se torna algo sagrado. Prestar atenção no sorriso das crianças, caminhar e sentir o mundo ao seu redor, aquele bom filme com pipoca, tudo se torna maior.

O simples é grande, é formidável. Não se prenda às grandes ilusões. Sonhe, muito, mas viva os momentos com intensidade e abrace na sua vida com toda a vontade as coisas mais pequenas que aparecerem. Tirar sempre das experiências o que há de positivo e filtrar o que pode trazer consequências desagradáveis no futuro é agir com perspicácia, atitude. Mesmo que aconteçam sofrimentos momentâneos, nunca deixe seu coração te trair pela comodidade. E recuse estes sofrimentos, valorizando sempre todas essas coisas banais, mas ao mesmo tempo tão especiais, que acontecem durante nossos dias. Viver estes momentos é viver o amor a si próprio na sua forma mais interessante.