23 de maio de 2011

Entre a Fotografia e a Felicidade


Você limitou a sua felicidade àquelas bobagens que você sempre pensou. Preocupou-se mais com as ideias dos outros do que com as suas, e com isso construiu um sentimento inútil e falso.

O sorriso aparecia, mas nem você percebia que ele não era espontâneo. Aquele sorrisinho sem graça de quem finge que está plenamente contente, mas não está... Inocente, você não sabia que algo estava errado. Ou até sabia, melhor, pressentia, mas a sua situação era tão cômoda, conveniente, que achou melhor seguir assim mesmo. Pra que mudar?

Mudança é tão ruim, não é? Sair de uma situação confortável, onde tudo está praticamente desenhado, mesmo que te incomode um pouco, e encarar um futuro atraente, mas desconhecido (e que pode dar errado) é uma decisão para poucos. E você estava lá, preso a um presente que você sabia que ia dar errado. Mas se iludia com alguns minutos em que aquilo dava certo.

A ilusão e essa felicidade limitada vão caindo quando, finalmente, você se dá conta que os sorrisos momentâneos são tão ou menos frequentes do que as lágrimas que rolam. A vontade de viver essa mistura louca de sentimentos já não é mais a mesma. Um instante de raciocínio lógico e você percebe que lágrimas de tristeza e de angústia não combinam com a felicidade.

Criou coragem. Vai começar de novo? Ah, vai! Afinal de contas, nunca é tarde demais para se voltar a viver. Mesmo que a vida dure apenas mais um minuto, um dia, se isso for suficiente para que a sua felicidade seja retomada, rebuscada, e para que você coloque um sorriso em outra pessoa, já vale a pena. É o suficiente para que, ao menos para alguém, você se torne inesquecível.

O começo foi confuso. Depois de tanto tempo, parecia que tudo era novo, fascinante, mas dava medo. Onde isso vai parar? É uma felicidade indescritível, mas ainda não era a felicidade plena. A busca daquilo que faltava continuava.

Os momentos vão passando, a busca de momentos ainda mais felizes continua, mas de repente você pode se ver com alguém que consegue te dar a felicidade plena. Nem que esse alguém seja você mesmo. O sorriso é mais frequente. O choro é só de alegria. A saudade bate mais forte, mais rápido. O abraço é mais gostoso. A palavra “não” não existe mais nas suas respostas. Você não está mais preso aos momentos convenientes. O medo do novo não existe. Afinal de contas, descobrir o novo é bom. Sentir a pureza da cumplicidade é uma sensação única.

E depois? Cairás na conveniência de novo? Não! A lição já foi aprendida. É necessário sempre renovar, viver os dias como se fossem os primeiros, sem deixar de dar a importância devida ao passado. Afinal, sem este passado, você não teria aprendido. É necessário sempre ser diferente, ser novo. Mas procure sempre a plenitude da sua felicidade. A cumplicidade pode ser compartilhada todos os dias. O “novo” pode ser algo repetitivo. A sua rotina deve ser o prazer de viver e sonhar sempre com o mesmo amor. 

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