Estava agora a pouco jantando e na mesa da frente havia uma família. Pai, mãe e uma criança, linda, que sorria o tempo inteiro... Achava o máximo estar ali, numa pizzaria, ir no vidro que havia no local onde dava pra ver como era feita a pizza e ficar apreciando... Sorria pra todo o mundo, brincava com os garçons, era impossível não sorrir olhando ela ali, indefesa, sem preocupações. Olhar para ela era a definição ideal da palavra futuro.
Hoje, nos deparamos com a notícia de que doze destas crianças indefesas foram brutalmente mortas, sem nenhuma justificativa, por um criminoso cujo adjetivos para qualificá-lo não me vêm a mente agora. Assim como estes doze anjos, outros tantos perdem a vida de maneira covarde, ou são violentados e torturados física e psicologicamente da mesma maneira todos os dias, sem divulgação. Perguntar até quando isso vai acontecer, ou querer entender os motivos chega a ser redundante. O que fazer?
Quando terminar de ler este texto, de ouvir a música, olhe para as crianças que convivem sempre com você. Ou pense nelas. Por mais que, às vezes, percamos a paciência com elas, suas respostas são puras. O seu sorriso é sincero. As crianças nos fazem sorrir com atitudes, que às vezes nem esperamos. Olhando pra elas podemos entender como a vida é bonita, é única. O rosto de Deus está em todos nós, mas sobretudo nelas. E é isso que me fez lembrar essa música... Não vamos ter a vergonha de ser feliz, nem de acreditar na pureza de nossas crianças.
“Todas as vezes que fizeste isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizeste” (Mt 25,40).
O QUE É, O QUE É
(Gonzaguinha)
Eu fico
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...
Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...
Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...
E a vida!
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!...
E a vida
Ela é maravilha
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão...
Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...
Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...
Você diz que é luxo e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...
Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...
Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...
E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
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